O amor é procurar cabelos para completar as mãos, é procurar o que não se viveu para contar. É esperar o sol aquecer o lado ileso da cama. É não apagar direito a ausência, a letra, o cheiro. É insistir com respostas sem as perguntas. Adiar o amor ainda é cumpri-lo. Fingir que não se sente é exercê-lo.
O amor devora os sobreviventes.
Não lembra do pente, da navalha, da tesoura de unhas, do jornal, do abajur.
O amor não lembra do que precisa. Amor é não precisar de nada.
É precisar do que acontece depois do nada, ainda que não aconteça.
O amor confunde para se chegar ao mistério. Embaralha para não se ouvir. Perde-se no próprio amor a capacidade de amar.
Amor é comer a fruta do chão. O chão da fruta.
O amor não se demora em versos, se demora no assobio do que poderia ser um verso.
O amor é uma amizade que não foi compreendida, uma lealdade que foi quebrada.
O amor é um desencontro por dentro.
3 comentários:
Oi Mi, o amor é plenitude, nós ainda não aprendemos a amar. Somos egoístas demais... Entendo exatamente o que vc escreveu... Beijo no coração!
oi flor segui do lado direito ! bjos boa semana ♥
É isso mesmo.....
O amor engrandece, plenifica, nos exaure o corpo e a alma.
Teu poema diz tudo!
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