"De leve...inocente...determinado...despercebido...distraído. E outra vez os arrepios...outra vez as sensações..."

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7.1.13

O amor é um desencontro por dentro

 O amor é procurar cabelos para completar as mãos, é procurar o que não se viveu para contar. É esperar o sol aquecer o lado ileso da cama. É não apagar direito a ausência, a letra, o cheiro. É insistir com respostas sem as perguntas. Adiar o amor ainda é cumpri-lo. Fingir que não se sente é exercê-lo. 
O amor devora os sobreviventes. 
Não lembra do pente, da navalha, da tesoura de unhas, do jornal, do abajur. 
O amor não lembra do que precisa. Amor é não precisar de nada. 
É precisar do que acontece depois do nada, ainda que não aconteça.
 O amor confunde para se chegar ao mistério. Embaralha para não se ouvir. Perde-se no próprio amor a capacidade de amar. 
Amor é comer a fruta do chão. O chão da fruta. 
O amor queima os papéis, os compromissos, os telefones onde havia nomes. 
O amor não se demora em versos, se demora no assobio do que poderia ser um verso. 
O amor é uma amizade que não foi compreendida, uma lealdade que foi quebrada. 
O amor é um desencontro por dentro.
 

3 comentários:

Unknown disse...

Oi Mi, o amor é plenitude, nós ainda não aprendemos a amar. Somos egoístas demais... Entendo exatamente o que vc escreveu... Beijo no coração!

kamala Coockie disse...

oi flor segui do lado direito ! bjos boa semana ♥

SEX IS MY LIFE disse...

É isso mesmo.....
O amor engrandece, plenifica, nos exaure o corpo e a alma.
Teu poema diz tudo!