"De leve...inocente...determinado...despercebido...distraído. E outra vez os arrepios...outra vez as sensações..."

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24.5.12

Na intimidade

Já era madrugada, dessas abafadas de verão, quando ela disse a ele um sonoro  ‘obrigada”. 
Assim, simplesmente, meio fora de contexto.
É que ela sabia que ninguém nunca mais seria como ele.
Ninguém mais saberia escutar seus medos ou se dar a ela por inteiro. 
Ninguém nunca mais a amaria assim, no sentido empírico de amor, sem preparo nenhum, sem frases feitas ou cenários bonitos. Com ele o amor podia usar vestido de chita e ter os pés descalços, podia ser só boca, só mãos, só sexo, ou tudo isso misturado. Com ele mãos dadas eram sempre com os dedos entrelaçados, num jeito deles, como se assim dessem além das mãos, como se assim pudessem durar.
Ninguém mais sabia dizer a ela, a cada cinco segundos, e sem que perdesse a importância, que a amava.
Porque ele nem sabia, mas a fazia levitar, e assim ela entendia todas as coisas de intimidade.

“Obrigada”, ela disse, e ele não entendeu exatamente o quê ela estava agradecendo, mas olhou prá ela e sorriu.
Assim, simplesmente.
Porque era isso que ele era.
Um imenso sorriso... 

o melhor sorriso da vida dela.

Um comentário:

Anônimo disse...

Perfeito...amei..boa noite...